Por caminhos tortuosos, sorte e azar se encontraram em uma esquina no coração de Novo Hamburgo na noite de 20 de fevereiro.
Na lotérica entre as vias Júlio de Castilhos e Bento Gonçalves, os sonhos de 38 apostadores pareceram virar realidade e desmoronaram quase que simultaneamente. Para alguns, a certeza de que haviam virado milionários durou até a segunda-feira. Para outros, a desconfiança de que tinha algo errado com a aposta feita em um bolão promovido pela Lotérica Esquina da Sorte surgiu ainda durante o final de semana.
Do paradoxo entre acertar as seis dezenas e perder o prêmio porque a aposta não foi validada por uma funcionária da empresa, brotou um escândalo coletivo que sacudiu a cidade de 257,7 mil habitantes do Vale do Sinos e entrou para a história da Capital Nacional do Calçado. Profissionais liberais, comerciantes, comerciários, operários de fábricas, desempregados e aposentados seriam os mais novos milionários do Brasil. Sem vencedores havia um mês e acumulada por nove extrações consecutivas, a Mega Sena pagaria R$ 53.368.610,37 no concurso 1.155, uma das maiores fortunas da história das loterias no país.
Cada apostador colocaria no bolso R$ 1,3 milhão por ter comprado por R$ 11 uma das 40 partes do bolão. Desde domingo passado, a breve euforia deu lugar a sofrimento, frustração, vergonha e raiva. ZH foi atrás dos participantes do bolão da discórdia e localizou 38 apostadores que passaram os últimos dias atônitos, peregrinando entre a lotérica, uma agência da Caixa, a 2ª DP e escritórios de advogados em busca de explicações e de ressarcimento. Alguns deles pediram o anonimato. Outros evitaram mostrar o rosto. Mas todos, apesar de iludidos pela sorte, apostam agora na Justiça.
JOSÉ LUÍS COSTA E LETÍCIA BARBIERIMultimídiaOs personagens......do bolão da discórdiaanteriorlista | imprimir | enviar | letra A - | A +próxima
segunda-feira, 1 de março de 2010
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